Em Copas do Mundo o mais importante é a Alma.

domingo, junho 11, 2006

A Copa do Mundo


O mundo está curvado ao futebol. Bilhões de olhares miram-se para terras germânicas unificadas. Guerra Fria por lá não existe mais, ao menos no papel. Na realidade o leste ainda sofre o preço da globalização. Somente Leipzig tornou-se sede da Copa, e só terá jogos até às oitavas, todo o resto fica para o antigo ocidente. A primeira Copa da era da alta definição, mas e o futebol? Será de alta também? Podemos esperar por surpresas?

Vai ser uma Copa muito difícil, muitas seleções estão em bom nível e nenhuma está tão superior às outras, nem mesmo a brasileira que a pesar de ter bom ataque, depende de muitos ajustes na defesa, e eles não costumam acontecer durante um mundial.

Surpreendidos dificilmente seremos, com o atual futebol globalizado, ou melhor, com o mundo globalizado não teremos surpresas agradáveis como um Hungria de 54, a Laranja Mecânica de 74, a Dinamáquina de 86 ou mesmo Camarões de 90.

Aliás com esta última tenho uma lembrança muito especial, pois foi a primeira Copa que acompanhei. Dezesseis anos se passaram, os olhares do mundo naquela época miravam para a “Velha Bota”. Muitos consideram a Copa do Mundo de 1990 na Itália sem graça, eu, talvez por ter uma certa relação afetiva com a Copa a considero marcante.

Lembro-me como se fosse hoje que cheguei da escola cedo e corri para a TV acompanhar a cerimônia de abertura e a partida inicial Argentina e Camarões, na hora do almoço do dia 8 de junho, data que até hoje não sai da minha mente.

Como foi gostoso ver Camarões ganhar da Argentina. Lembro muito bem como foi. O cruzamento veio da esquerda, a bola desviou no meio do caminho atingindo uma altura inacreditável. Mais inacreditável ainda foi a impulsão do camaronês Omam-Biyik no bico direito da pequena área, como a de Pelé no primeiro gol contra a Itália na Copa de 70, todos os olhares do estádio, e, porque não do mundo subiram com aquela bola que, quando desceu encontrou o cabeceio do atacante em foi em direção ao gramado do San Siro onde estavam as mão do goleiro Neri Pumpido, que não conseguiu segurar e sofreu um “frangaço”. África negra finalmente se apresentava ao mundo em Copas, esse gol foi praticamente a inserção daquele país na geografia do mundo.

O Alma da Copa nasce para isso. Inspirado em seu irmão mais velho, Alma da Bola (http://www.almadabola.blogspot.com/) também pretende contar histórias do futebol, em especial desta Copa de 2006, de uma forma diferente e apaixonada (paixão essa exclusiva ao futebol e não de uma ou de outrem). História, Geografia, Política, Economia, Cultura em geral estão em campo. Alegrias e tristezas também. Seja Bem-vinda a 18ª Copa do Mundo e que seja tão inesquecível como todas as anteriores.

 
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